A Literatura é uma manifestação artística
muito complexa, e para nos ajudar a melhor entendê-la, Aristóteles, em sua Arte
Poética, definiu aquilo que chamamos de gêneros literários.
Os gêneros literários são como grupos familiares que reúnem
nas mesmas categorias obras com os mesmos atributos. Esta classificação leva em
conta determinados critérios semelhantes (semânticos, discursivos, contextuais,
sintáticos, formais, entre outros).
Eles são divididos em em três gêneros literários: dramático, épico e lírico,
e cada um com as suas próprios subgêneros que explicam um pouco mais sobre o
texto que está sendo produzido.
Gênero dramático
O gênero dramático teve início na Grécia
Antiga. As obras que fazem parte deste gênero são criadas para serem exibidas
em montagens teatrais, sendo assim não existe um narrador que conta a ação, e o
enredo é apresentado através das falas das personagens, representadas por
atores que vivenciam tais acontecimentos.
A estrutura do texto dramático atua como
facilitadora da dramatização. E conta com ajuda de elementos auxiliadores da
representação, como indicações do cenário, da música, da iluminação, do
figurino e etc (isso é chamado de rubricas ou didascálias). Os textos
dramáticos estão subdivididos em atos e cenas e apresentam o nome da personagem
que dialoga antes da sua fala, marcando assim a sua entrada em cena.
Hoje é mais complicado distinguir um drama
de outro gênero da literatura, pois se generalizou a prática de converter
qualquer produção literária em roteiro para apresentação nos palcos.
Subgêneros dramático:
Comédia: Peça teatral que visa criticar os
defeitos humanos e da sociedade através da exploração de situações ridículas e
cômicas do cotidiano. As personagens são estereotipadas.
Tragédia: Peça teatral sobre um acontecimento
trágico, que retrata adversidades e sofrimento das personagens, resultando num
final funesto. Visa impressionar a audiência, provocando terror e compaixão.
Tragicomédia: Peça teatral que mistura
características da comédia e da tragédia. São abordados assuntos trágicos e é
retratada a desgraça das personagens com elementos cômicos e toques de humor.
Farsa: Peça teatral sobre situações grotescas
e ridículas da vida cotidiana e familiar. Apresenta um caráter exageradamente
caricatural e satírico. Visa criticar a sociedade e provocar o riso da
audiência.
Exemplos
de textos dramáticos:
- Édipo
rei – tragédia
escrita pelo dramaturgo grego Sófocles.
- Sete
contra Tebas –
tragédia escrita por Ésquilo, dramaturgo da Grécia Antiga.
- As
vespas – comédia do
escritor grego da antiguidade Aristófanes.
- O
Misantropo – comédia
do escritor ateniense Menandro.
Gênero épico\narrativa
O gênero épico, também chamado de epopeia, é representado como
uma de
temática histórica, com caráter sublime. Apresenta feitos heróicos, grandes
ideais de um povo e o autor tende a contar os fatos passados apenas observando
e relatando as ocorrências, sem interferir em nenhum momento. É um tipo de
narrativa bastante objetiva, pois o poeta-observador está voltado para o mundo
exterior. Para identificar bem o gênero, basta prestar atenção à sua
característica objetiva. É comum perceber que os deuses da mitologia
greco-romana aparecem bastante. Esse estilo também já foi definido como a poesia
de uma terceira pessoa do tempo passado. Aristóteles chamou de palavra narrada.
Subgêneros narrativo:
Romance: Narrativa em prosa, extensa e
complexa, sobre personagens fictícias que vivenciam acontecimentos imaginários
num determinado espaço e tempo. Além de relatar aventuras, os romances
habitualmente traçam perfis psicológicos de personagens, caracterizam uma época
e criticam costumes sociais.
Novela: Narrativa em prosa mais breve do que o
romance e mais extensa do que o conto. Normalmente, apresenta o desenvolvimento
sequencial de vários enredos interligados, sendo uma narração dinâmica.
Conto: Narrativa em prosa mais breve do que o
romance e a novela, cujo enredo é intenso e rápido, ocorrendo uma ou poucas
ações, vivenciadas num curto espaço de tempo por poucas personagens, que são
superficialmente caracterizadas.
Epopeia ou poesia épica: Narrativa em verso, extensa e
complexa, sobre atos heroicos de uma personagem ou conjunto de personagens em
acontecimentos extraordinários, dignos de serem imortalizados.
Fábula: Narrativa em verso ou em prosa sobre
personagens e fatos fantásticos. Apresenta duas características marcantes: ser
protagonizada principalmente por animais e ter como finalidade transmitir uma
lição de moral, possuindo um cunho educativo.
Crônica: Narrativa em prosa, sucinta e
informal, que aborda temas simples e cotidianos. Faz uma crítica a
acontecimentos do dia a dia, recorrendo ao humor. Tem como objetivo analisar e
criticar a realidade social, política ou cultural. Dos textos literários é o
que mais se aproxima do texto jornalístico
Ensaio: Narrativa breve e impessoal, em prosa,
cuja finalidade é apresentar ideias, críticas, reflexões e pontos de vista
sobre um assunto. Possui um cunho didático.
Exemplos:
- Ilíada e Odisseia de Homero (poeta grego da
Antiguidade).
- Eneida escrita por Virgílio (poeta romano da
Antiguidade) – retrata o mito de fundação de Roma.
- Os Lusíadas – obra poética escrita pelo escritor
português Luís de Camões no século XVI.
Gênero lírico
Cultuado desde os tempos da Antiguidade,
era representado pelo canto, acompanhadas do som de uma lira – um instrumento
musical de cordas mais popular daquela época. A musicalidade era concebida como
fonte inspiradora e criativa de todo o sentimentalismo em ascendência.
A principal característica do gênero em
questão é a subjetividade. Por meio da poesia, o autor revela suas impressões
ligadas ao mais profundo “eu”, extravasando emoções e sentimentos pela
expressão verbal rítmica e melodiosa.
Ao longo do tempo, a lírica sofreu
diversas modificações. Sem perder suas virtudes essenciais, ela passou a
englobar novas inquietações de natureza social e questões de fundo filosófico.
Hoje ela empreende inclusive um mergulho em si mesma, procurando compreender o
ofício poético.
Subgêneros líricos
Poesia: Sua
essência é a harmonização da palavra.
Ode: Composição calorosa e sonora.
Sátira: Texto que escarnece de alguém
ou de um determinado contexto.
Hino: Criação que louva ou engrandece
algo. Por exemplo, uma nação ou uma divindade.
Soneto: Poema com 14 versos: dois
quartetos e dois tercetos.
Haicai: Poemas japoneses, desprovidos
de rima, compostos geralmente por três versos.
Acróstico: Poesia na qual as primeiras
letras de cada verso, ou em alguns casos as da
posição central ou as do final,
compõem, na vertical, um ou mais nomes, uma ideia, axiomas, entre outras
concepções.
Exemplos:
- I Juca
Pirama – poema de Gonçalves Dias.
- A máquina
do mundo – poema de Carlos Drummond de Andrade.
- Vou-me
Embora pra Pasárgada – poema de Manuel Bandeira.
- Soneto da
Fidelidade – poema de Vinícius de Moraes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário